A discussão ninguém sabe onde começa, mas com certeza todo mundo conhece alguém que trabalha em uma empresa onde sente falta de treinamento e desenvolvimento profissional. Como é muito difícil medir a diferença entre o que acontece e o que é percebido, vamos tentar elaborar uma proposta que atenda à empresa que “esquece” de desenvolver sua força de trabalho.
Ao mesmo tempo as empresas conseguem dizer “nossos colaboradores são nossos ativos de maior valor” ao mesmo passo que “a área de recursos humanos não agrega valor ao negócio” e “Pra quê investir em treinamento e desenvolvimento? Quero profissionais capacitados”. Com muita sorte, depois de muita insistência você vai ouvir : “Ok, vamos investir em treinamento e desenvolvimento, mas quero que me provem o valor disso”.
Então vamos fazer a tal proposta. O trabalho de um colaborador vale todo aquele risco a que ele expõe a empresa. Um vendedor que negocia mil contratos de mil reais têm um risco em potencial de um milhão de reais para a companhia, isso sem levarmos em conta os riscos indiretos. Da mesma forma, um gerente com uma alçada de aprovação de cinqüenta mil, e uma equipe de dez colaboradores, cada um com risco de um milhão, terá um “valor de risco agregado” muito maior. E quanto maior mais ferramentas e especialização o colaborador precisará ter para garantir eficiência e eficácia em seu trabalho.
Até este ponto ainda não é o suficiente para vendermos a idéia para a empresa. Então agora vamos pensar em uma área operacional, por exemplo, de faturamento. Normalmente esta área tem um sistema que consegue garantir que alguns erros não aconteçam. E esta costuma ser uma área de risco potencial. Se a empresa fatura 100 milhões, provavelmente quase todo esse valor em algum momento passou pela área de faturamento. Então precisamos ter nessa equipe o conhecimento das ferramentas e das legislações a respeito bem difundidos, de forma que um erro não se torne sistêmico. Imaginem todas as notas fiscais de uma empresa recolhendo 0,5% de imposto a mais. Qual o impacto para o negócio?
Deste modo minha sugestão é um mapeamento dos riscos financeiros por cargo e garantir que os ocupantes dos cargos tenham conhecimento de tudo que lhes é necessário para que o risco não se torne uma perda real, maximizando a capacidade daqueles que ocupam posições de risco considerado alto, tendo cada vez menores gaps nas áreas que não são consideradas de risco elevado.
Para completar um cenário “antes/depois” seria ótimo para as empresas que tendem a dar mais atenção àquilo que tem as informações necessárias para tomar decisões mais objetivas.
Roni Stefanuto Rodrigues
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