domingo, 24 de abril de 2011

Criação, mais um processo na organização?


Qual a diferença entre criar e repetir? Nenhuma. Ambos são processos, e como tal podem ser planejados, escritos e conseqüentemente pode se criar a “repetição da criação”, de forma que a empresa esteja sempre criando.
Temos diversos exemplos de grandes empresas que investem em programas de idéias, círculos de controle de qualidade e programas de solução de problemas. Todos estes são projetos voltados a tornar a criatividade mais um processo da empresa. Não é à toa que empresas como a 3M e a Unilever lançam produtos como fazem lançamentos contábeis.
Tudo começa quando a empresa identifica a necessidade de mudanças não-estratégicas e passa a enxergar o óbvio: “precisamos que nossos colaboradores nos ajudem a mudar”. Normalmente isso vem atrelado a uma necessidade de redução de custos atrelada a otimização de processos.
Mas como pedir pro funcionário que a vida toda martelou pregos de ½ polegada na parede com a mão direita  que seja criativo a ponto de não precisar nem de pregos nem de martelos? É necessário  estabelecer um ponto de partida, e se esse ponto de partida for atrelado a remuneração para o colaborador tudo fica mais fácil.
Uma empresa criou um projeto de sugestões o qual premiou as melhores idéias com um salário adicional para o colaborador. Mais de cem idéias foram enviadas, dez aplicadas e três premiadas. O ideal é que nestes processos o ganho esteja atrelado ao aumento de eficiência que a idéia traz.
Principalmente quando se utiliza a primeira vez deste tipo de recurso é muito importante um regulamento claro e transparente, que cite os critérios estabelecidos e o que diferenciará as idéias premiadas das outras. Com o tempo pode-se atrelar estes critérios à ferramentas da qualidade, diminuindo ainda mais a subjetividade do processo.
Uma vez feito com sucesso os colaboradores se sentirão mais a vontade para gerar idéias, aplicá-las e, quando for o caso, sugerir para seus superiores e colegas novos meios de aplicação de idéias onde ele entende que “não está ao seu alcance”; Neste ponto o maior esforço é de estimular a continuidade do s projetos, para que não se perca o “momentum” o ideal é que vire um programa.              Se não vira um programa não se repete, se não se repete não se perpetua, se não se perpetua volta à estaca zero.
                Com muito esforço e muitos esforços repetitivos para o estímulo da criatividade ela passa a fazer parte da cultura da empresa e o nível de serviço tende a crescer, os colaboradores passam a ser tecnicamente melhores qualificados e a mudança passa a ser uma constante na empresa e cada vez acontece de forma mais fácil e natural, como um processo.
                “Se você não consegue escrever o que você faz como um processo você não sabe o que faz”  -Deming              

                Roni Stefanuto Rodrigues

domingo, 10 de abril de 2011

Comunicação, a base da evolução


              “Precisamos crescer 10% esse ano”
  Reduzir custos ou aumentar receitas  esse é  o desafio, mas o caminho é sempre o mesmo: mudança! Mas então, porque tanta resistência à mudança? Essa resistência  é real? Claro que é!. As pessoas são resistentes às mudanças e isso impacta em qualquer empresa.
                O que tenho percebido e relatado  é que as pessoas não se sentem preparadas para os impactos das mudanças. Elas estão dispostas a investir seu tempo, mas querem ter a garantia de que ao levantarem de suas cadeiras para fazerem algo diferente isso gerará resultados, elas serão reconhecidas por esses resultados e não criarão desafetos na organização. Mas então porquê isso não acontece? 
                Antes de mudar as pessoas têm que sentir que fazem parte da organização e que podem falar com a empresa em que trabalham. Um funcionário que fale “as regras da empresa em que trabalho são muito rígidas” ou “lá no meu trabalho as pessoas não podem comer na mesa” é um trabalhador que não se sente a vontade para sugerir que esta mudança aconteça.
                Mas como mudar esse paradigma?????????????????????????????????
                Comunica! Parece redundância e idéia “daqueles malucos do RH”, mas as pessoas são muito carentes do contato direto com a empresa. Elas não lêem o “newsletter” porque não fazem parte daquilo,. Não lêem as menções do presidente porque acreditam que não foram feitas para elas, apenas “a empresa mudou de estratégia, mas e daí?”.
                Romper a primeira barreira da comunicação depende unicamente do interesse do comunicador, que neste caso tem que ser a empresa, não o colaborador. Então senhores gestores: Falem com seus colaboradores, mandem e-mail, carta de feliz aniversário, lembrete, tudo vale para fazer o  “rapport”, mas não esqueçam: comuniquem-se!
                Para que as mudanças ocorram as pessoas envolvidas precisam saber o que está acontecendo e porque está acontecendo, só desta forma somente neste caminho poderão se sentir à vontade para serem parte ativa das mudanças. Se não tem nada, experimente uma caixa de idéias, uma ouvidoria de idéias,  traga o trabalhador para a empresa que ele levará a empresa para ele.
               
                “O princípio é simples: Use cada canal de comunicação possível, especialmente aqueles que estão cheios de informações não essenciais”
                -Leading Change, Harvard Business Review, janeiro/2007 – Kotter, John P

Roni Stefanuto Rodrigues
Roni_stefanuto@yahoo.com.br
               

domingo, 3 de abril de 2011

Planejamento X agendamento : Dois mundos distantes


A história é sempre a mesma: Chega o mês de novembro e você tem que entregar o orçamento do sua área até dia 15. Então você tem 14 dias, com direito a um feriado e dois finais de semana para orçar seu próximo ano. E você não pode parar pra fazer isso, tem que entregar suas atividades normalmente. Junto com isso você recebe o cronograma do orçamento: Dia 1 – Envio do e-mail com a solicitação. Dia 15 – Retorno das áreas Dia 20- Avaliação Dia 30 – Fechamento do orçamento da empresa. 01/12 Registro do orçamento no sistema integrado.
                Esse é o planejamento? Se a resposta for sim, é porquê não existe planejamento, no máximo um agendamento.
                E o que difere o planejamento do agendamento? Seguir alguns princípios básicos:
                -Critério: O que estou planejando é factível? Esta é a pergunta-chave, para formar um bom critério são necessárias algumas análises, como o método SWOT e o próprio desenho do plano. Mas costumo dizer “erre por escolha de critério errado, mas não erre por falta de critério” É muito mais fácil consertar aquilo que você conhece de que base partiu.
                -Conhecimento: Existe o conhecimento e  as informações que embasam meu planejamento? Os colaboradores têm a capacitação necessária? Se não houver isso precisará fazer parte do plano.
                -Comunicação:Meu planejamento envolve comunicar TODOS as pessoas afetadas direta e indiretamente por ele? Muitos projetos falham por não serem fortemente e repetitivamente comunicados. Planos devem atingir todos os públicos necessários. O funcionário de uma obra não pode responder “estou levantando um muro” ele tem que saber que “está construindo um prédio residencial”.
                E com a definição disso tudo, o sucesso do plano está garantido? Não! O que muda é a chance de atingir o sucesso. Planos devem ser vistos, revistos, revisitados e mudados quantas vezes forem necessários durante seu caminho, quanto mais o plano for detalhado e conhecido menor será sua chance de erro na concepção.
                “Conhece a si mesmo e vencerá metade das batalhas. Conhece a ti e a teu inimigo e vencerá todas as batalhas. Não conheça ninguém e o destino será por conta do acaso” -Sun Tzu, A arte da Guerra

                Roni Stefanuto Rodrigues
                Roni_stefanuto@yahoo.com.br