terça-feira, 7 de junho de 2011

O mito da falta de talentos


Brasil, maior exportador de jogadores de futebol do mundo; Aqui nasceu o inventor do avião;País pioneiro em estudos de cabos de fibra ótica e exploração de petróleo no pré-sal;
Tudo isso em um país subdesenvolvido.
Como pode faltar talentos em um país tão talentoso?
Temos feito sempre o que sempre fizemos, mas o cenário mudou e as atitudes continuam as mesmas.  O desemprego é medido desde 1983 e a maior taxa foi em abril de 2004 (13,1%). Hoje a taxa de desemprego gira próximo aos 6%. A exigência salarial subiu assim como a qualificação do mercado também subiu, a diferença é que temos 7% de desempregados qualificados a menos. Mas vamos ao nosso problema. Onde os talentos são formados?
            Os talentos do “mundo dos negócios”  não aparecem de uma hora para outra. São formados nas empresas através de sua carreira, com aprendizado, treinamento, execução e assumindo desafios. Se as empresas são temerosas em deixar seus colaboradores assumirem desafios como surgirão os talentos? Se as empresas não investem em treinamentos para que seus colaboradores assumam novos desafios, como surgirão os talentos? Se as empresas não investem em programas de sucessão, criando novos gerentes, diretores e presidentes, como surgirão talentos?
As empresas têm “esquecido” que os grandes profissionais de hoje são colaboradores que tempos atrás iniciaram suas carreiras e tiveram oportunidade de aprender e serem desafiados. E foram suas conquistas nestes desafios que fizeram com que hoje fossem reconhecidos como “grandes profissionais”.  Fica impossível formar novos “talentos” se as empresas não cedem a seus colaboradores a oportunidade de treinamento (ou somente as graduações e cursos formam grandes profissionais?) e de um ambiente desafiador onde possam realizar conquistas que os destaquem.
Hoje as rotinas da empresa são tão informatizadas que os profissionais conseguem realiza-las sem ter o conhecimento técnico necessário para realizar os procedimentos em uma possível contingência do sistema. Sistemas integrados executam os trabalhos operacionais que nos anos 70 e 80 formavam “grandes profissionais”.
Com essa escassez cada vez mais executivos renomados têm altíssimos bônus e salários, pois não são formados novos executivos. E o que acontecerá daqui para frente se isso não mudar? Executivos se tornarão cada vez mais raros e caros, dificultando a sucessão nas empresas e consequentemente aumentando o número de erros nas decisões e as empresas com sistemas gerenciais avançadíssimos perdendo o “timing” das decisões. 
            Não chegou a hora da mudança?

Insanidade: fazer a mesma coisa de novo, de novo e de novo esperando novos resultados” – Albert Einstein

                                   Roni Stefanuto Rodrigues      

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